quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Escravidão: Faze-los trabalhar mais e surra-los melhor


Dos tumbeiros vindos da África chegavam ao Brasil centenas de negros, era a parcela que sobrava da viajem de 120 dias de um continente a outro, a travessia era longa e triste, o caos pairava sobre os navios, não existia condição nenhuma de higiene e alimentação, eram jogados nos porões das gaiolas e tratados como bichos sem sentimentos, abatidos pelas doenças, pelas epidemias muitos tinham seus corpos arremessados no mar, ainda vivos ou já mortos e sobre as profundas águas do atlântico finalmente descansavam. Espaço não havia, dormiam uns por cima dos outros, a comida era seus próprios vômitos, tudo isso por uma sistema econômico, quando aqui aportavam com esperança de dias melhores os “negrinhos” eram vendidos como peças, objetos, os mais musculosos e procriadores valiam mais pois detinham da força física e isso os tornavam mais caros, crianças e idosos eram vendidos juntos pois separados não valiam quase nada; objetos de produção essa é a palavra certa que definiam aqueles que em condição desumana chegavam ao Brasil. No labor escravista tudo se aproximava ainda mais de um inferno; inicialmente exerciam sua força de trabalho nas minas preciosas que davam a coroa portuguesa lucros exorbitantes, mais de 50% tinham suas vidas ceifadas nas galerias, dividindo assim o holocausto do trabalho com os brancos e os castigos constantes eram para que o negro não esquecesse que na mineração ele era escravo e a outra raça era livre; mortes e torturas eram constantes pois a sociedade poderia mudar as formas de trabalho mais os modos de produção continuariam os mesmos. Posteriormente nos cafezais a situação não era diferente sobre frio e sol eles tinham que manter a produção, colher o café, a vida de um escravo não era mais importante que uma safra de sucesso; alguns barões do café permitiam que durante o domingo os negros produzissem para si nos pequenos roçados, haviam outros que bons de coração e motivados por suas senhoras reforçavam a alimentação dos escravos dos solos deste chão com carne seca e farinha uma espécie de kit pois alguns senhores temiam grandes perdas estando sempre atentos aos seus investimentos, a comida fornecida nunca fora por piedade; era comum ainda os acidentes de trabalho pois obrigados a cumprir horas e cuidar para que a produção não comprometer - se alguns dormiam e acabavam sendo engolidos pelas moendas junto a cana de açúcar. Ao escravo era permitido apenas o trabalho e algumas horas de descanso, a idéia era aproveitar o bastante da sua força e quando não serviçe mais fosse jogado fora como um objeto, sim era realmente isso o que ele representava pois não era negocio cuidar da saúde de um mais sim comprar outro. Com as mucamas os tratamentos não eram diferentes enciumadas as senhoras baronesas surravam suas serviçais e quando procriavam suas crias era mortas, jogadas no chão, nem o direito de amamentar elas tinham não era negocio manter uma mucama que acabara de ter um filho as crianças eram deixadas nas rodas e teriam o destino nas mãos de freiras, irmãs de caridade que acolhiam as pobres crianças. Em todos os segmentos os africano sempre foram penalizados e fonte de riqueza para seus senhores, nas cidades nobres de menor poder aquisitivo e que possuíam menos escravos mandavam seus negros ganhadeiros para as ruas onde serviam de animais de carga desempenhando assim segundo Arsene Isabelle a profissão de cavalos e mulas, já com as negras o serviço era ainda mais humilhante, serviam de prostitutas e isso era legal e garantido pele constituição de 1824, verdadeiro absurdo talvez se o Brasil tivesse um contexto histórico diferente e uma colonização mais branda nos dias de hoje a pobreza e a miséria não seriam fatores tão preocupantes na verdade o que aconteceu no modelo de produção brasileira onde a força de trabalho eram as mãos dos negros escravos é característico de holocaustos chegando a tal ponto que a igreja instituição dogmática secular nada fazia contra as sandices dos barões do café.

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